Joana Andrade e Francisca Sequeira dão aula de surf no intuito de ajudar a combater a desigualdade de género….”
….e a gravidez precoce em São Tomé e Príncipe”
No final de 2020, Francisca Sequeira, hospedeira de bordo, e Joana Andrade, surfista de ondas gigantes, viram, tal como tantas outras pessoas, os seus rendimentos reduzidos. Em vez de se centrarem nos seus problemas, escolheram olhar o mundo com uma outra perspectiva.
Foi no pequeno arquipélago no Atlântico, São Tomé e Príncipe, que Francisca Sequeira percebeu que podia fazer a diferença, começando o projeto SOMA.
A SOMA é uma ONG que visa, através do surf, empoderar as mulheres e combater a desigualdade de género, bem como a gravidez precoce em países africanos. Foi através deste projecto que as raparigas são-tomenses, com a ajuda da surfista de ondas gigantes Joana Andrade, surfaram pela primeira vez na história do país, tornando-se assim o quarto projecto no mundo e o segundo em África a desenvolver um programa de “surfterapia” exclusivamente feminino.
No final do ano passado e no início deste ano, a SOMA levou a cabo o primeiro programa de surf therapy em São Tomé, tendo:
– estabelecido aulas semanais para 15 raparigas de São Tomé
– organizado limpezas de praia com a comunidade
– investido na formação de treinadores de surf locais e organizado treinos de surf com duas
surfistas portuguesas
– participado do Simpósio global ISTO
– participado no 1o São Tomé National Sports Forum
– sido notícia no site oficial das olímpiadas
– despertado interesse junto de várias entidades, tais como o Comité Olímpico de São Tomé, a Câmara Municipal de São Tomé, a CST e o Fuel TV, com quem pode contar como parceiros.
Para ajudar a alavancar o crowdfunding lançado no final do ano, com o objectivo de financiar o próximo semestre do programa a 30 novas raparigas, será lançada uma campanha de angariação de fundos a nível nacional. O filme promocional é da realização de Eduardo Vento, que acompanhou o projeto de perto desde a sua génese.
“O teu Surf SOMA valor” é uma campanha que envolve 20 escolas de surf de Norte a Sul do país (incluindo ilhas), em que qualquer pessoa poderá comprar uma aula de surf solidária, o que equivale a 10 aulas de surf para as meninas São Tomenses.
Algumas das escolas aderentes são:
– Surf Clube de Viana (Viana do Castelo) – Salt Flow (Praia de Ofir)
– Onda Pura (Matosinhos)
– Secret Surf School (Aveiro)
– iSurf (Figueira da Foz)
– Peniche (por fechar)
– Santa Cruz (por fechar)
– Surf Academia (Praia Grande – Sintra) – Wanted Surf School (Guincho)
– Clube dos Lombos (Carcavelos)
– Pro Surf School (Costa de Caparica) – Costa Azul (Sines)
– Milfontes Surf School (Odemira)
– Amado Surf School (Aljezur)
– Free Ride (Sagres)
– Lagos (por fechar)
e a Progress Surf School, na Ericeira, a escola da surfista de ondas grandes Joana Andrade, que é também embaixadora do projeto e se tem dedicado à promoção da causa, tendo estado recentemente em São Tomé, a dar formação aos treinadores do Clube de Surf de Santana.
Como embaixadoras do projeto juntam-se também a surfista Mariana Rocha Assis, assim como Tatiana Fernandes, Veridiana Bressane e Maria Navarro de Castro, que vão ajudar a promover a campanha nas redes sociais.
Ainda neste verão, a SOMA irá juntar-se à Girls on Board, para organizar o primeiro campeonato africano de surf com divisão feminina, cujos apoios reverterão para a causa. Com o comité olímpico de olho nos atletas, esta será uma forma de cativar o interesse de uma nova geração de surfistas, motivar a existente e empoderar e lutar pela igualdade de género das mulheres através do surf.